quinta-feira, 18 de julho de 2013


Ai que Saudades da Amélia


Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai meu Deus que saudade da Amélia
Aquilo sim que era mulher

As vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado dizia
Meu filho o que se há de fazer

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que  era mulher de verdade

Ataulfo Alves / Mário Lago


Na música "Ai que saudade da Amélia", composta por Ataufo Alves e Mário Lago, encontramos um recurso linguístico conhecido como clivagemA clivagem coloca em destaque um elemento da frase. Para entender melhor, considere como exemplo o trecho da música: "Amélia é que era mulher de verdade. " Como podemos notar, o autor da música quis dar um destaque ainda maior à Amélia, ao fazer uso do verbo ser mais a palavra que na mesma oração

Clivar também está associado a dividir. O termo clivagem, tem uso em diversos ramos do conhecimento humano. Em psicologia, clivagem é uma espécie de cisão na organização psicológica do ser em nível de ego, em geral como mecanismo de defesa.  Em mineralogia, refere-se à fragmentação dos  mineirais; em biologia, remete à divisão celular dos embriões; nas ciências sociais, diz-se que clivagem é a separação que ocorre entre grupos sociais por razões diversas.


clivagem é, obviamente, um recurso importante na sintaxe do português moderno, ela é bastante utilizada em diversos gêneros textuais, e muito comum na língua falada. Sem duvidas pode ser considerada uma estratégia para dar ênfase ao que se quer dizer.   

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